Muitos criticaram os
jogadores da seleção brasileira por demonstrarem emoção e chorarem em alguns
momentos que antecederam as partidas nesse mundial. Ora, até parece que eles
não sabem que homem não chora. Macho que é macho prefere ter um ataque cardíaco
a demonstrar suas emoções.
O grande Euclides da Cunha disse
ser o sertanejo, acima de tudo, um forte. Pensávamos que todo homem brasileiro
descendia de algum sertanejo, mas aqueles rostos molhados nos fizeram cair na
real e a buscar uma razão para aquelas lágrimas abundantes. Muitos viram descontrole
emocional, a antevisão da perda, a redenção de uma derrota ou a visão da
vitória. Penso que foi isso tudo e mais um pouco.
A responsabilidade de
representar o país do futebol pesou nos ombros dos nossos craques. Não deve ser
nada fácil entrar em campo carregando os sonhos de milhões de brasileiros que
estão com os olhos grudados no estádio ou diante das TVs, acompanhando
milimétricamente tudo o que o escrete canarinho faz em campo. Pode ser a
consagração, mas também pode ser um mergulho ao inferno.
Nossos meninos precisam de
colo de mãe. É necessário passar para eles que o país pentacampeão exige o
hexa, mas que entende quando o fardo é pesado demais. A imprensa executou
magistralmente a tarefa de trazer para o presente o fantasma da Copa de
cinquenta e isso, acredito, assustou os meninos. Deixou as suas pernas bambas
na hora fatal.
Ah, Brasil, meu mulato
inzoneiro, vou cantar teu hino à capela e fazer reverberar por todos os
gramados a tua força e a mágica do teu futebol. Os meninos se farão homens e
entraram no gramado carregando a responsabilidade de ser brasileiro com muito
orgulho, com muito amor. O hexa será nosso, sem choro e sem vela.