Ainda havia uma tênue
possibilidade da Itália seguir na competição, mas o Uruguai encarregou-se de
sepultá-las sem qualquer resquício de piedade. Ficamos sem a elegância de
Balotelli e continuaremos a ver o Uruguai mordendo literalmente a bola e os
jogadores adversários.
Um italiano descontente com
eliminação prematura de sua seleção resolveu explicitar sua decepção com um
único jogador, justamente aquele que representa a diversidade de seu país.
Segundo esse torcedor, Mário Balotelli não é italiano por ser negro e não ter
nascido na Itália, portanto, Balotelli, para ter sua cidadania plena, deveria
ter operado o milagre de classificar seu país para as oitavas de final.
Balotelli mostrou que é
elegante não somente usando seus ternos italianos ou correndo altivo dentro de
campo. Disse ele que não escolheu ser italiano e que por isso mesmo, seu amor
pela Itália é como o de qualquer pessoa nascida naquele país e sua cor de pele
e sua origem não devem ser utilizadas como armas por quem quer demonstrar sua
insatisfação.
Vou mais além. O amor pela
pátria se confunde com o orgulho quando se tem a oportunidade de defender as
cores da bandeira da terra que nos acolheu e na qual aprendemos a cultivar
nossas raízes. É gratificante ver nesse mundial tantas seleções apresentarem a
diversidade de seus povos tendo como base unicamente a capacidade técnica que
as coloca como as melhores para entrarem em campo defendendo as cores de suas
bandeiras.
Tanta diversidade e tanto
desejo de sagrar-se campeão do mundo me dão a esperança que um dia a Argentina
entre em campo com uma seleção composta de jogadores de todas as raças. Brancos,
negros, amarelos e índios, todos lutando pela vitória da gloriosa equipe
portenha.
Viva a diversidade! Viva
a mistura das raças! Viva o futebol!