quarta-feira, junho 25, 2014

Viva a diferença!

Ainda havia uma tênue possibilidade da Itália seguir na competição, mas o Uruguai encarregou-se de sepultá-las sem qualquer resquício de piedade. Ficamos sem a elegância de Balotelli e continuaremos a ver o Uruguai mordendo literalmente a bola e os jogadores adversários.

Um italiano descontente com eliminação prematura de sua seleção resolveu explicitar sua decepção com um único jogador, justamente aquele que representa a diversidade de seu país. Segundo esse torcedor, Mário Balotelli não é italiano por ser negro e não ter nascido na Itália, portanto, Balotelli, para ter sua cidadania plena, deveria ter operado o milagre de classificar seu país para as oitavas de final.

Balotelli mostrou que é elegante não somente usando seus ternos italianos ou correndo altivo dentro de campo. Disse ele que não escolheu ser italiano e que por isso mesmo, seu amor pela Itália é como o de qualquer pessoa nascida naquele país e sua cor de pele e sua origem não devem ser utilizadas como armas por quem quer demonstrar sua insatisfação.

Vou mais além. O amor pela pátria se confunde com o orgulho quando se tem a oportunidade de defender as cores da bandeira da terra que nos acolheu e na qual aprendemos a cultivar nossas raízes. É gratificante ver nesse mundial tantas seleções apresentarem a diversidade de seus povos tendo como base unicamente a capacidade técnica que as coloca como as melhores para entrarem em campo defendendo as cores de suas bandeiras.
Tanta diversidade e tanto desejo de sagrar-se campeão do mundo me dão a esperança que um dia a Argentina entre em campo com uma seleção composta de jogadores de todas as raças. Brancos, negros, amarelos e índios, todos lutando pela vitória da gloriosa equipe portenha.
Viva a diversidade! Viva a mistura das raças! Viva o futebol!

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