segunda-feira, setembro 08, 2014

Eu li na Internet...

“Eu li na...”. Quando a pessoa começa a me dizer uma suposta verdade baseada no que leu ou viu na Internet, eu a espero terminar para dizer: “Não acredite em tudo que está na rede”.

A Internet virou um quintal sem dono. Todo mundo fala tudo sobre todos sem a menor preocupação com o impacto que suas tecladas irão provocar na vida dos outros. Não há o menor cuidado com as ações e a responsabilidade pela correção das inverdades fica com quem está sendo ultrajado.

Há uma corrida desenfreada para mutilar o outro. São apps, blogs, sites de fofocas, comentários, posts, sites políticos e até a wikipedia. Há listas de supostas prostitutas, homossexuais, corruptos, meninas, meninos... enfim, há de tudo.

Outra maneira muita curiosa de mentir na internet é assumir a identidade de outra pessoa. Com frequência nos deparamos em nossa caixa de email com um texto, enviado por amigo ou desconhecido, de um autor consagrado. Escritores, atores, compositores, jornalistas, físicos, químicos, dançarinos e outros mais estão nessa categoria. Clona-se a pessoa, pensando-se que está se clonando um personagem. Há, inclusive, quem dê um passo à frente na tentativa de se fazer o outro: são fan pages, blogs e sites atualizados constantemente com textos que as pessoas clonadas desconhecem e, alguns, jamais escreveriam.

Um amigo me disse que a fama chega realmente para uma pessoa quando ela passa a ser clonada na internet. Isso não é fama, é o inicio de um pesadelo que dará muito trabalho para esclarecer de fato quem é quem. Algumas pessoas estão recorrendo ao registro de seu nome como propriedade. Dessa forma, pode-se recorrer à justiça pleiteando violação dos direitos da marca registrada. É um bom caminho, sem dúvida. Mas me pergunto se será suficiente para inibir tal prática.
 
Tenho para mim que o problema não é a falta de leis ou dispositivos para inibir a calunia e a difamação, ou até mesmo a clonagem. O que faz da Internet um “liberou geral” é a impunidade. Nossa justiça tem que ser mais eficiente e eficaz na aplicação das penalidades, inclusive pecuniárias. Só assim, as pessoas pensarão duas vezes antes de postar um texto malicioso sobre alguém.

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