Ver
a luz do sol novamente, após uma noite boa ou mal dormida, me dá a certeza de
que ainda estou no jogo. Se estou enfermo me dá vontade de sair da cama, ir
para a varanda ou para uma praça e deixar que o mormaço penetre em minha pele,
aquecendo cada centímetro de meu corpo carente de energia.
Quando
são e o trabalho me chama, fico louco para ganhar as ruas e ver os raios
refletidos nas vidraças dos prédios, jogando claridade nas calçadas ainda
dormentes. O calor do sol me enche de alegria e passo a prestar mais atenção
nos pequenos detalhes que a vida coloca à minha disposição.
Se
o dia não é de trabalho anseio por sair e fazê-lo durar mais do que as dez
horas de claridade. Há tanta coisa para ver ou fazer, tantos lugares para visitar,
tanta gente para curtir que meu corpo não demanda fadiga. Se houvesse mais sol
nesses dias, mais eu faria. Quando digo isso não me refiro a algo grandioso,
inédito ou incrível. Falo de pequenas coisas como andar no parque, fazer uma
trilhar ou me sentar tranquilamente na beira da praia e deixar a maré brincar
de molhar os meus pés até o astro sumir no horizonte.
O sol me dá a certeza de que
posso fazer escolhas. Comer bem, beber muita água, rir de coisas
insignificantes e dar muito menos valor aos aborrecimentos do dia a dia. A vida
é feita de escolhas e quando as fazemos de forma sábia, tudo que nos cerca fica
mais valioso. É certo que algumas vezes, é a vida que faz as escolhas para nós.
Uma doença, um acidente, uma intempérie. Mas, mesmo quando isso acontece, ela
nos dá a possibilidade de escolha. Podemos aceitar tudo como uma sentença de
morte ou ir à luta, vivendo cada dia na normalidade de um dia ensolarado.
Quando vejo os raios
do sol escapando entre as nuvens ou reinando soberano em um céu danado de azul,
tenho a certeza de que tudo que acontece conosco tem uma única e exclusiva
razão: devemos estar mais atentos às coisas simples da vida. Elas podem quebrar
nossa rotina e nos trazer o prazer escondido entre suas insignificâncias.
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