Muita gente já disse isso, mas para que
possamos manter nossa própria sanidade mental, é preciso repetir como um
mantra: o Brasil não nasceu com o governo do PT.
A iminência da perda do poder tem provocado
em algumas pessoas, ditas inteligentes, algumas que até contavam com minha
admiração, a negação da verdade. Segundo a opinião dessas pessoas, manifestada
em artigos e entrevistas, o PT não é menos corrupto do que os demais partidos. Logo,
ladrão por ladrão, vote em quem está mais à mão.
Ainda estão frescas em minha memória as
estórias do politico paulista Adhemar de Barros a quem, segundo alguns jornais,
se atribuía o slogan “rouba, mas faz”. Ver um partido que durante a minha
juventude foi o baluarte contra a corrupção e se arvorava de ser o único
imaculado na cena politica do país, se igualar no que existe de pior entre os
partidos políticos “não tem preço”.
Ainda lembro do golpe baixo desferido por
Collor na última semana das eleições de 1989 quando apresentou o depoimento da
ex-namorada de Lula. Naquela ocasião pensamos que um politico nunca mais
desceria tão baixo. Ledo engano. Ainda não tínhamos a Dilma como governante.
O PT passou anos demonizando as principais
figuras da república – Sarney, Collor, Renan, Maluf e outros menos votados – para
hoje vermos essas mesmas pessoas em lugares de destaque nos palanques petistas
espalhados pelo país. Mudaram eles ou mudamos nós?
É estarrecedor vermos pessoas cantando loas
aos regimes cubano e venezuelano, aonde falta até papel higiênico, bebendo
chope geladíssimo nos bares descolados da zona sul do Rio de Janeiro. São revolucionários
caducos que ainda nutrem a esperança de participarem de uma guerrilha em Sierra
Maestra, mas sem abdicarem de uma viagenzinha até Orlando ou Paris.
O PT foi criado para fazer o enfrentamento. Seus
quadros, em grande parte, foram moldados nas ditaduras socialistas. Eles não
entendem o que é democracia. Querem calar o contraditório. Para eles só existe
um lado: o deles.
Do lado deles é normal ser corrupto. Seus líderes
encarcerados se arvoram de heróis do povo brasileiro. “Que é isso, companheiro?”.
Meu herói é o Homem Aranha e, só para lembrar, “grandes poderes trazem grandes
responsabilidades”.
Eu que acordo cedo
para o batente e compartilho diariamente com tantos outros brasileiros a
satisfação de ter um trabalho honesto, de se orgulhar de transmitir aos filhos
a obrigatoriedade de ser uma pessoa decente e de andar de cabeça erguida, creio
ser chegada a hora de dizer basta. Chega de corrupção, inflação alta, mentiras,
educação de baixa qualidade, esmolas que escravizam os pobres e poucas
oportunidades de crescimento. Na madruga do dia 27 quero ter o prazer de abrir
minha janela e quebrar o silencio da madrugada gritando em plenos pulmões: Perdeu
canalha!