Hoje me ocorreu de tentar
identificar o momento em que um simples conhecido passa à condição de amigo. Tem
pessoas que aparecem na nossa vida e vão ficando. De repente a gente passa a
sentir vontade de fazer algumas coisas juntos: cinema, futebol, música, praia,
novela, chope, caminhada, desabafo.
E vem o tempo e as distâncias,
mesmo as mais insignificantes, ficam enormes, longes até mesmo de um simples
telefonema. Nesses momentos pensamos que aquela amizade, que fora tão forte,
não existe mais. Deixamos a mágoa tomar lugar da saudade. Se o amigo não me
procura, também não o procuro mais. Deixamos morrer a cumplicidade, o querer
bem, a certeza gostosa de se saber querido e a consciência do quanto aquela
pessoa nos faz falta, mesmo quando queremos apenas o siléncio.
A falta que o outro nos faz
se reflete na falta que fazemos a nós mesmos. Quando não nos permitimos
cultivar uma amizade, envelhecemos sem guardar lembranças. De nada nos valerá
os bons momentos se não pudermos compartilha-los com alguém somente com o
interesse de torná-los eternos.
Penso que fazer
amigos é construir pontes para o infinito. Nunca saberemos aonde uma boa
amizade nos levará.
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